segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

[ . ] Incertezas dos Sem [...


Hoje foi uma dia daqueles que a gente levanta sem querer abrir os olhos, sem querer pensar, sem querer falar, apenas sem querer...nem meu quarto, o meu refúgio parecia me acolher...Uma vontade imensa de sair nas ruas como na música da Ana Carolina, sem me precipitar e nem perder a hora, rs, mas com o direito de ter o mundo todo, numa comunhão absurda e intensa que ninguém ousaria questionar.

Mas nada aconteceu, e hoje foi só mais um dia...Não digo comum pq choveu muito agora a pouco, e a cidade cinza de pessoas cinza ficou de fato com seu céu cinza, convidando para o baile da chuva...

Só quem me conhece sabe o quanto amo banhos de chuva no fim do dia, sem pressa, lavando a alma...Aqui a chuva não tem o mesmo encanto que tem no campo, pq a gente não sente o cheiro da terra, mas mesmo assim é incrível seu poder renovador...

Não tomei banho de chuva, mas fiquei da janela enamorada pelos gotas que molhavam os vidros, pelas rajadas de vento, pelos raios e o barulho dos trovões...mas morando no centro da cidade, numa segunda-feira a tarde a gente deixa de ser criança e pensa mais antes de fazer as coisas num impulso, nem que o impulso seja um banho delicioso de chuva...

Por isso, pelo banho de chuva não tomado, pelo dia não aproveitado, pelas palavras não pronunciadas, me sinto com incertezas, as incertezas dos sem, sem-vida, sem-alegria, sem-rompantes, sem-loucuras, sem-aventuras, sem-magia...Apenas SEM:

[.] Incertezas dos Sem [...

Sem pedras no caminho,
sem flores, sem jardim,
sem ânimo pra realizar
sem coragem pra desistir,
sem ilusões pra colecionar,
e a vida segue seu rumo,
sem certezas e sem fim.

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